segunda-feira, 7 de novembro de 2016

A CRISE DO RIO DE JANEIRO E SUAS VÍTIMAS



A CRISE DO RIO DE JANEIRO E SUAS VÍTIMAS


                        O Estado do Rio de Janeiro vem enfrentando grave crise econômica que já vinha sendo anunciada nos últimos anos, provocada pela dependência dos royalties do petróleo alinhada a cada vez mais elevada despesas públicas e concessões de incentivos fiscais, além disso,  a queda na arrecadação, principalmente de ICMS, deixando de arrecadar R$ 138 bilhões de reais.

                        É necessário que se faça esforços de "reprogramação financeira" para ajustar as contas, honrar compromissos e normalizar a prestação de serviços públicos essenciais que vêm sofrendo grande impacto negativo e penalizando àqueles que mais precisam: a população carente.

                        No último dia 04 de novembro, o Governador Luiz Fernando Pezão, apresentou o que considera “Pacote Contra a Crise”, para muitos considerado o “Pacote de Maldades do Governo”, pois traz medidas que atingem diretamente importantes setores, além de programas sociais.

                        De acordo com o Governo do Estado do Rio de Janeiro, se as medidas não forem implementadas, a previsão é de um déficit de R$ 52 bilhões até dezembro de 2018.

Segundo os números do Governo, as contas públicas registrarão déficit de R$ 17,5 bilhões até dezembro. De todo esse valor, R$ 12 bilhões desse déficit vêm do sistema previdenciário.

Ainda de acordo com o Governo, o impacto total das medidas seria de R$ 13,3 bilhões em 2017 e de R$ 14,6 bilhões em 2018.

MEDIDAS ANUNCIADAS:

- O Governo quer usar receita de fundos para cobrir gastos com pessoal;
- Redução de 30% do valor das gratificações para comissionados;
- Projeto de Lei propõe aumento da alíquota previdenciária dos servidores de 11% para 14%, Nenhum servidor estadual, ativo ou inativo, escapará das medidas para aumentar a arrecadação previdenciária: o pessoal da ativa e os aposentados que recebem mais de R$ 5.189,82 por mês terão o desconto aumentado de 11% para 14% do salário. O governo propõe também a cobrança de uma alíquota extraordinária de 16% do salário ou vencimento de ativos e inativos que recebam mais de R$ 5.189 mensais. Essa cobrança seria feita por 16 meses e também depende de aprovação de Projeto de Lei;
- Descontos de Inativos: antes isentos, aposentados podem ter desconto de 30% em seus vencimentos;
- Programa Social: Prefeituras devem assumir os restaurantes populares;
- Moradia: Fim do aluguel social em junho de 2017;
- Desigualdade Social: Fim do programa Renda Melhor para famílias atendidas pelo Bolsa Família. Medida feita por decreto será adotada em janeiro de 2017;
- Bilhete Único: Reajuste de R$ 6,50 para R$ 7,50 (15%), a partir de janeiro de 2017. Subsídio para cada usuário é limitado a até R$ 150,00;
- Mais Imposto: Projeto de Lei aumenta o ICMS para setores como os de cerveja e chope (17% para 19%) , fumo (25% para 27%), energia residencial acima de 200kw (25% para 29%), gasolina C (30% para 32%), cerveja e chope (17% para 19%), refrigerante (16% para 18%) e telecomunicações (26% para 30%);
- Controle de Repasses para Outros Poderes: Passam a ser vinculados à receita corrente líquida, se aprovado projeto de lei nesse sentido;
- Cobrança da Barca: Fim da gratuidade para moradores da Ilha Grande e da Ilha de Paquetá, segundo Projeto de Lei;
- Teto para Reajuste Salarial: Concessão de reajustes salariais passa a ser condicionada ao crescimento da receita; a política de reajustes será alterada pela proposta de limitar o percentual concedido a 70% do crescimento da Receita Corrente Líquida (RCL) do ano anterior. O adicional por tempo de serviço, conhecido como triênio, deve ser extinto, mantendo-se o que já foi incorporado aos salários pagos atualmente. Esse teto será fixado por Decreto;
- Salários: Reajustes previstos para servidores da segurança, bombeiros e auditores ficarão para 2020;
- Alto Escalão: Governador, vice, secretários e presidentes e vices de autarquias serão cortados em 30% por Decreto;
- Dívidas: Projeto de Lei Complementar proíbe anistias ou refinanciamento de dívidas com o Estado.
- Funcionalismo: Fim do adicional por tempo de serviço, conhecido como triênio;

Mudanças nas Secretarias:
- Casa Civil: incorpora as secretarias de Governo, Trabalho e Direitos Humanos;
- Secretaria de Infraestrutura: incorpora as secretarias de Obras, Transportes, Desenvolvimento Econômico e Agricultura);
- Secretaria de Cultura, Ciência, Tecnologia e Inovação (unificadas);
- Secretaria de Saúde e Assistência Social (unificadas);
- Secretaria de Fazenda e Planejamento (unificadas);
- Secretaria de Ambiente e Saneamento (unificadas).

Serão mantidas:
- Secretaria de Educação
- Secretaria de Segurança
- Secretaria de Administração Penitenciária
- Secretaria de Defesa Civil
- Secretaria de Turismo
- Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude


Extinção de sete autarquias e fundações:
- Instituto Estadual de Engenharia e Arquitetura (IEEA)
- Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do RJ (Iaserj)
- Instituto de Terras do Estado do RJ (ITERJ)
- Superintendência de Desporto do Estado do RJ (Suderj)
- Fundação Leão XIII
- Fundação Centro Estadual de Estatística e Pesquisas do Estado do RJ (Ceperj)
- Fundação Instituto de Pesca do Estado do RJ (Fiperj)

                        Importante ressaltar que algumas medidas afrontam a Constituição que prevê a irredutibilidade de salários que, se aprovadas as medidas, podem sofrer redução de até 50% considerando os 30% propostos somado ao percentual de desconto de Imposto de Renda, levando a uma enxurrada de ações judiciais.

                        Concordamos com as medidas que visam o enxugamento da máquina administrativa, pois, entendemos que muitas das atividades exercidas são complementares e, muitas das vezes, sobrepostas, com a reestruturação proposta pode trazer importante economia.

                        Contudo, discordamos das propostas que reduzem os salários do servidor, que retiram os direitos sociais daqueles que atendem os requisitos dos programas existentes, podendo-se reavaliar novas concessões.

                                             Os Servidores e a população não podem ser obrigados a pagar uma dívida que não é sua, os autores devem ser responsabilizados, existem outros caminhos para sair desta crise que o Estado do Rio de Janeiro se encontra. Para que serve a Lei Complementar n° 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal)? Que se punam os responsáveis !!!!

Por Cleiton Monteiro





 

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